terça-feira, abril 25

Por que tanta ansiedade?


"Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama ou acha que ama, e que não quer nada com você, definitivamente, não é a pessoa da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar, não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você..!" (Mário Quintana)

Muitas pessoas acreditam que este texto delineia um verdade irrefutável, indiscutível, atribuiram-no a Mário Quintana. Por muito tempo o lia como um não precisar da outra pessoa por ser independente, por batalhar pelo meu crescimento profissional, espiritual, por cuidar dos que precisavam de mim, e não precisar de aplausos, diamantes na coroa como uma pessoa, certa feita, disse: " temos que colocar os diamantes em nossa coroa espiritual", para mim, uma interpretação rasteira e materialista do que vem a ser progresso e riqueza na visão espiritual de Jesus. No entanto essa visão de não precisar é o que o mundo quer nos impôr: "cada um por si"..."farinha pouca, meu pirão primeiro", mas não podemos aceitar que em nossas relações permaneçam pessoas ensimesmadas, voltadas para os seus próprios "eus", sem que alertemos disso, tampouco que se estivermoos pensando desta forma, continuemos, ninguém nasceu para viver só, e isso não é somente sem relacionamentos amorosos, mas nas relações interpessoais, não há como sonhar sozinho, sem compartilhar nossas expectativas e ser algo saudável.
Com relação a ser um amor correspondido ou não, e o aspecto de necessitar de amor aos outros como a nós mesmos, é preciso salientar que se não nos respeitamos, não poderemos respeitar e sermos respeitados, amar e sermos amados!

Mas o motivo que trouxe à tona hoje este texto é a preparação do jardim e a quebra paulatina, diária da ansiedade que há muito dilacera o homem por ter ao seu lado um "dito amor", que ao chegar encontra a casa, sua vida completamente desarrumada. Há muito escrevi um texto que não assinei e por vários repasses de e-mails acabou-se atribuindo a um "autor desconhecido". O texto falava, incrível coincidência do que fala esse texto, mas não era somente esse fragmento, voltemos ao jardim. Observe o que diz a Palavra:

NÃO ESTEJAIS ANSIOSOS quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?(Mateus 6:25)

NÃO ANDEIS ANSIOSOS por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças;
e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.(Filipenses 4: 6-7)

Às vezes, diria muitas vezes, nossas ansiedades são tantas, que deixamos de confiar no Senhor, vivemos em um digladiar diário para cumprir metas, para suprir a casa, para pagar contas, para obtermos e realizarmos sonhos de consumo, ou sonhos simples, mas que nos são tão caros, corre-corre para academia, salões de beleza: necessidades que nos parecem inerentes, qque veta o inter-relacionamento vertical profundo com Deus e horizontalizado com nossos semelhantes e não conseguimos nos inter-relacionarmos sem os tais: "ter", "fazer". Mas tresloucados, ansiosos em busca das tais "borboletas" deixamos nossos jardins às moscas, à mercê da praga da Vaidade, do Orgulho, do olhar Superficial, sem nem ao menos olhar pra dentro de nós mesmos com senso crítico da necessidade de mudança...
As borboletas passam e podem até desejar pousar e permanecer, mas os "eu acho..., eu penso...eu desejo...", saturam, enfadam a borboleta porque esta viveu muito tempo em um casulo para sair e poder compartilhar também com as "tuas flores tão vaidosas" as suas expectativas e sonhos também.
Cuidemos todos do nosso jardim, e ao sermos borboletas apreciemos as dores das metamorforses que há em ambos os papéis que vivenciamos e deixemos à ansiedade, para aqueles que não conhecem o Deus maravilhoso que em tudo pode operar e cuidemos de ser mais humildes e mais tranqüilos.
O tempo não nos pertence; as atitudes são de nossa responsabilidade. E para sermos jardins aprazíveis e borboletas livres e libertas dos casulos, precisamos ver além de nós mesmos. E sabermos quem é o Criador e a criatura!
A paz do Senhor,
Patrícia Aldir


Nenhum comentário: