terça-feira, fevereiro 21

Jesus e a religiosidade




"Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!” ( Mateus 23:27)

Jesus considerava a religião uma maneira de unir o homem a Deus e a seus semelhantes e não uma forma de pedantismo que afastaria os homens, ou uma defesa contra a sensação de desamparo, tampouco uma forma de manipular as pessoas, exercer poder sobre elas.
Jesus sabia que todos nós vivenciamos situações de desamparo e precisamos de Deus para que tenhamos a paz que excede todo entendimento, aquela que garante ao homem a certeza de que, quando temos Deus como Pai, através dEle, não precisamos inquietar os nossoa corações, angustiarmo-nos.
As Escrituras não têm que ser usadas para atemorizar as pessoas, mas para ensiná-las a estreitar seu relacionamento com Deus.
Jesus discordaria, veementemente, de Freud, no que concerne a ser a religião um aprisionamento, uma ilusão que as pessoas usam para se defender do sentimento de desamparo no mundo. Segundo Freud, as pessoas cobrem-se de rituais e regras religiosas, para que possam fugir do enfrentamento de sentimentos e seus significados mais profundos. No entanto, analisando várias passagens das Escrituras, percebe-se Jesus exortando, aconselhando, ensinando, pessoas quanto ao cumprir ritos, sem que estes tenham propósitos de lembrar-se dEle, de Deus, sem o intuito de com isso sentirem-se com superpoderes ou proteção mágica.
A ceia perpetua-se, para que o sacrifício de Jesus na cruz não seja esquecido, “fazei isso em memória de mim” e o sangue e o corpo permanecem, quando os cristãos valem-se do pão e vinho, não para que tenham poder, após ingeri-los, mas se tornem mais conscientes de que, enquanto templos do Espírito Santo, não podem estar em pecado: quanto a isso fico feliz em ser ovelha do pastor Abraão Silva, que tem uma postura corretíssima de não avisar quando fará a ceia, para que, realmente, busque-se todos os dias a Deus e não tão-somente na semana que culminará na ceia estando em comunhão com Deus.
Jesus considerava ofensivo, tanto os rituais hipócritas, quanto ao momento em que o fariseu entra no templo cumpre todas as suas “obrigações” para com o Senhor, mas seu coração não estava ali. Muitas pessoas vão às igrejas, quaisquer que sejam, cumprem seus rituais, talvez por que se acostumaram a isso, porque não tenham nada mais a fazer, mas seus corações têm objetivos outros que não o de adorar ao Senhor, em, infelizmente muitos dos casos, amá-LO no que estão fazendo ali, esquecem-se de que adorar a Deus não é uma atitude fruto de religiosidades hipócritas, pelo menos não deveria ser, aliás, Jesus travou muitos embates com os religiosos de Sua época, porque ele faziam, cumpriam os rituais por poder, para manipular o povo e não, para adorar a um Deus vivo que várias vezes deu prova de Seu Amor, sem utilizar os ensinamentos que ensinara de forma política para adquirir poder, como desejava Judas, como também o uso das Escrituras para torturá-los (o povo), considerava ofensivo aquelas pessoas, e hoje ainda muitas o fazem, usam o que foi inspirado por Deus para exercer poder sobre outras.
Jesus sabia que o "religare", a religião real advém do uso delas (das Escrituras) para disseminar compaixão e uma aliança pura com o Pai e não posturas prepotentes e arrogantes. O Pai não condena, as pessoas, estas, através de suas atitudes, condenam-se a si próprias.
O Pai quer verdadeiros adoradores em Espírito e em Verdade. Pessoas que com corações limpos sejam capazes de ensinar a outras os ensinamentos, que, por parábolas muitas vezes, Jesus o fez, mas em momento nenhum o Senhor anulou a Sua afirmativa: “eu vim para as ovelhas doentes da casa de Israel” e não pense que você, eu, quem quer se pense perfeito está excluído desta “casa”.
Patrícia Aldir

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